07 October, 2007


N0nsense
[Grit0 silenci0s0]
Where's my Sparkle???




...I just need to know. Do I have it? Or not?

Maybe then this will mean anything. I don't want to stop fighting if I can still win.

Vazi0

Não há pores do sol.
Há nasceres, nasceres turvos e daltónicos vislumbrados por entre ervas daninhas e lombas de dunas. Nasceres pouco nítidos, pouco belos, distorcidos como uma alucinação psicotrópica ou um espelho de feira, cortados por risos dementes e palavras feias, pragas à sorte e rogos ao infinito.
Não há entrelaços, nem anilhas, nem amarras, nem prisões. Não há horas de chegar. Não há discussões pelas horas de chegar.
Há espaço nos bancos do tal cantinho, espaço para eu me esparramar ao sol ao som da música berrante, directamente no ouvido, que não me permite ouvir os melros nem os difusores, nem os risos das crianças nem os berros dos pais.
Há espaço e tempo para tentar abstrair-me da letra das músicas, dos presos do banco da frente, do cheiro a maresia que insiste em querer adormecer-me ali, ao sol, esparramada no agora meu banco, solta e confortável, longe do aperto de outros tempos, a cabeça apoiada no tronco que me aleijava sempre as costas.
Não há pressas, não há correrias, nem devaneios. Há passeios calmos e solitários pelas ruelas, quadro mágico em riste, olhos pesados da inércia de fim de tarde, mãos suadas de levar as caixas todas sozinha, sorriso discreto. Hoje o Mundo é meu e eu sou Dele. De mais ninguém.
Nem sequer há luzes brilhantes, nem cores vivas, nem movimentos frenéticos, nem colunas a estremecer. Não há nada degradante nem esquisofrénico. É tudo bucólico e pastel como num quadro a óleo.
Há anoitecer, mesmo não havendo pôr-do-sol. E tenho de regressar. Com calma...

Não tenho ninguém à minha espera.