14 July, 2007

............................?!

Cigarro atrás de cigarro.

Esboços mal acabados. Será a falta de jeito para desenhar uma personificação da falta de jeito para viver? Como posso eu desenhar a minha vida se nem um vaso com flores consigo desenhar? Os esboços ficaram a meio porque perdi a minha borracha. Traços uns por cima dos outros, uma loucura de formas e cores que fazem do produto final uma incógnita. Rostos indefinidos e inacabados que não significam nada, não marcam, não existem.
Músicas em replay mode que não significam nada, já significaram um dia, mas hoje são apenas palavras, já não me tocam, já não me dão vontade de as gritar alto, agitando os punhos numa raiva forçada já não sei bem contra quem ou o quê.
Consciencialização do que realmente a teoria da relatividade nos veio ensinar.
Podemos relativizar o sofrimento? O amor? A alegria? A vida?

Enquanto escrevo, uma voz feminina escapa de um rádio vizinho e entra pela minha janela cantando "I found myself today. I found myself and ran away".

Vazio.

I give up.

Apetece-me começar a correr outra vez, fugir até ao ponto sem retorno e voltar quando tivermos finalmente morrido todos por dentro.

12 July, 2007

I'm just the excuse so you can Hate each other

De repente agarram em mim, põem-me grilhetas nos pés e dois guardas com o pior aspecto do Mundo (não me parece que não batam em senhoras) levam-me por um túnel escuro até... Mas que raio é aquilo?
Não posso crer. Estou numa sala oval gigante, cheia de janelas no tecto, com mesas enormes e bancos corridos, ao estilo medieval. Há gente sentada em todo o lado, a falar e a comer. E mesmo assim ninguém parece ter dado pela minha (pensava eu que espalhafatosa) entrada. De repente toca uma corneta e uma voz ecoa "Vossa excelência, a princesa". Viro-me para ver a tal princesa, e emudeço de espanto quando vejo milhares de olhinhos a fitarem-me... Certamente que não... Sou EU a princesa? Mas que sítio é este? Sou princesa de onde, afinal? E porque é que tenho correntes nos pés?
A estúpida da "voz off" do tipo da corneta continua a falar, que está na altura de ser coroada rainha, e que é obrigatório arranjar um marido para ser rei, e que como me tinha recusado a casar vão-me arranjar um marido. Espectacular. Devo estar mesmo na era medieval, e se nunca acordar deste sonho ou que raio é isto vou ficar para sempre casada com um fulano baboso qualquer.
Eis que sobem os panos de uma espécie de palco (arena), onde vai decorrer uma luta entre dois tipos que querem casar comigo. Em qualquer outra altura teria achado a ideia extremamente romântica, mas ver dois idiotas que não me conhecem de lado nenhum a matarem-se um ao outro só porque sou princesa e devo certamente ter papel... Bem, parece tudo menos romântico.
O gajo da corneta anuncia os pretendentes... Espera aí, eu conheço estes nomes. Reconheço-os quando entram, um com a pretensão estampada no rosto, o outro com cara de quem vai desfalecer a qualquer minuto. São eles que vão lutar por mim? Só posso estar a dormir. É só em sonho que alguém se dá ao trabalho de lutar por nós, certo? Principalmente estes dois...
De repente percebo que não quero casar. Mais do que não me querer casar, não quero casar com nenhum deles. Onde está o sentido?
E enquanto eles se esfalfam em cima daquele ringue, eu dou por mim a dar um soco no estúpido do guarda, tirar as grilhetas das pernas e ir-me embora.
E eles tão loucos estavam para ficar comigo que nem repararam que me fui embora.

03 July, 2007

Quero o meu buraco!

Já mudei o computador de sítio, escancarei a janela, respirei fundo.
Continua a não sair nada, e tenho de ter alguma coisa, qualquer coisa, até amanhã.
Não me consigo mesmo lembrar do caminho para aquele sítio. É certo que de quase todas as vezes que lá fui parar tinha qualquer substância psicotrópica a toldar-me o espírito, ou a corrente não me deixava ver bem...
Sei que era escuro, deserto e solitário, mas sabia bem estar lá, quase como o sentimento de aflição/paz que se tem nos cemitérios.
Não há mapas para se chegar lá, e, sei-o agora, também não é o estado de espírito o nosso melhor transporte. Foi mera coincidência ter estado assim nas outras vezes todas.
Precisava tanto de lá chegar... E não há ninguém que saiba o caminho, não há uma estrada, uma placa, uma direcção!
Malditos recantos da nossa cabeça!
Alguém me pode emprestar um (assim só por umas horinhas?). Certamente alguém terá um igual... Ou parecido. Desde que seja escuro e solitário, deve servir.
Preciso dele para hoje. Ou para amanhã, no máximo.
Não sei quanto tempo mais aguento sem chorar.

02 July, 2007

Pessoas com rostos negros divertem-se numa espécie de parque aquático, que basicamente consiste num sem fim de água e num barco (galeão?). As pessoas estão dentro de água e o galeão vai lançando escadas de corda, e depois é uma corrida para ver quem agarra a corda mais depressa e sobe a bordo.
É estúpido, mas incrivelmente divertido.
De repente surge um objecto ovóide do céu. Aliens que parecem aqueles dinossuros pequeninos carnívoros do Jurassic Park atiram-se à água e começam a estraçalhar pessoas indiscriminadamente. Consigo agarrar a escada e fugir no galeão.
Numa correria louca, fujo lado a lado com estranhos que em comum comigo apenas têm o medo irracional e o descrédito em relação ao que está a acontecer.
À porta do parque está o meu pai, que tinha desviado um autocarro para a fuga. Sugiro o campo, eles claramente começaram o ataque pelo litoral.
Há uma fila descomunal nas estradas, com toda a gente a tentar fugir. Ouço gritos e barulhos terríveis lá atrás. Os aliens já nos apanharam.
Paramos numa estação de serviço, onde nos oferecem speed. O empregado diz que o governo já sabia que isto ia acontecer, e como é impossível vencer os aliens é melhor drogarmo-nos para não termos a noção real das coisas e termos uma morte menos dolorosa. O meu pai obriga-me a deixar lá a droga, mas consigo esconder um pouco no bolso das calças.
Já no autocarro, arranjo maneira de meter aquilo sem ninguém reparar. Curiosamente, fico mais inteligente. Sugiro um atalho que ninguém sabe que existe e por onde poderemos certamente fugir. Tenho a certeza que escaparemos aos aliens. Toda a gente estranha aquele optimismo, mas felizmente não se nota que estou drogada.

Vamos pelo atalho, o autocarro a tremer a 100/h. De repente, travagem brusca. Há um buraco gigantesco na estrada, quase como que precipício. Deve ter 1 metro de largura, mas não há maneira de passarmos por ali sem uma roda ficar presa. Aparece um homem que diz ter tábuas para pôr de um lado ao outro para o autocarro poder passar. Regressa só com uma tábua.
Encontra-se a solução: irei atravessar a tábua com o autocarro às costas.
Com um peso descomunal atravesso a tábua. As pessoas que levo às costas juntamente com o autocarro aplaudem. O homem diz-me "ah, vá lá que correu tudo bem. 900 kgs não é brincadeira".
Pela 1ª vez na vida consigo "acordar" dentro de um sonho. Penso "não posso ter acabado de carregar um autocarro às costas".
Acordo com o telefone a tocar. Do outro lado uma voz histérica a dizer que viu 6 OVNIs ontem à noite.

O mundo vai acabar e eu vou chumbar a Métodos.