29 September, 2010

Your replay (not mine)

Oh baby you're a million years old.
You're rotten and filled with dirt.

I see your shadow from the corner of my eye. Running away in the rearview mirror. A dead angle.
So ancient, so washed away. So tired. Such a coward.

I won't look you in the eye, you're like a bull and I don't want to set your rage free. If I don't see you maybe you won't see that I saw you, and it's self-centered crap all over again. No remorse. No guilt. You don't know them. No you don't know them. Just like you don't know me. Meaningless. Pointless. Perishable.

I can't burst your buble, you're resistant to my needle. Obsession is your resistance. I'm not NOT me.

It's not me.
It's not me.
It's not me.
It should've been the last time, the last time I said it's not me.

26 September, 2010

Pára de olhar para mim.

Pára de olhar para mim.
Larga esse sorriso maléfico, pára de estreitar os olhos e de lamber o lábio superior. Tira as mãos dos bolsos. Pára de olhar para mim, já disse.
Não me podes ter mais, não enquanto me quiseres ter para me voltar a perder, por nada mais que pura crueldade assumida. Não. Não, não não não. Gostava que um não bastasse, mas ainda estou presa na fase de dar beliscões nos braços e chapadas na testa para acordar. O não não sai naturalmente, sai porque o forço a sair, mas sai, o que é uma melhoria significativa das vezes em que nem sequer saía. Dos tempos do A escarlate, da fraqueza, do "mas porque é que me basta o que não me preenche?".
Não te quero, consigo nãp te querer. Mas queria querer-te, noutra dimensão, noutro plano, talvez noutra vida, em que não fosses vazio e eu não fosse fraca. Um dia não vou imaginar mais como seria poder querer-te. Foste o último, é isso. Até haver outro serás sempre o último, e o último fica sempre tempo demais.

Pára de olhar para mim. É irrelevante.
Estás quase sempre longe demais e quando estás perto estás ainda mais longe.

22 September, 2010

Gravity!

O Mundo pesa um bocado, mas não sou eu que o carrego. Hoje não. Acho que todos carregamos o Mundo de vez em quando, até que ele salte para as costas de outra pessoa, num tipo de estafeta interminável.

Acho que foi quando me disseram que tinha enlouquecido de vez que me apercebi finalmente que não fui a única a sentir o peso do mundo e da gravidade. Tenho sido egoísta. Tenho-me feito mártir e tenho fechado os olhos ao martírio alheio. Por incrível que pareça, assim que me declararam maluca descobri a minha sanidade. Talvez por me ter conseguido finalmente abstrair de mim própria e olhar à minha volta com olhos de ver. Não sou normal, porque ser normal implica agir sempre segundo a norma. Ser normal implica nunca ter uma reacção impulsiva, nunca se ser desajustado, nunca ter medos irracionais, e nunca chorar por nada no silêncio do quarto. Entre muitas outras coisas. Desculpem, mas a norma é não se ser normal. E eu não sou. Mas também não conheço ninguém que seja. Conheço pessoas que se esforçam ao máximo. Que pensam duas vezes antes de falar. Que não contam a vida inteira a qualquer estranho que mostre alguma simpatia. Que são contidas. Controladas. Que não se prestam a ser chamadas de loucas e tentam não deixar nada de "anormal" sair cá para fora. Mas lá dentro, o "anormal" existe. Tanto neles como em mim. Eu sou apenas um pouco imatura, um pouco ingénua, um pouco mal resolvida e com tendência a explosões sentimentais, porque nunca me habituei a tentar conter o que sinto. Nunca me disseram que seria preciso. Eu pareço mais louca do que a maioria deles. Mas lendo nas entrelinhas, olhando pela lente de aumento para as vidas dos que amo, sou igual. Se eles são sãos, eu também o sou. E se são loucos, eu só não tenho jeito para disfarçar.

Independentemente de tudo isto, gostei de ver um pouco da bondade humana que julgava extinta. Bondade essa que deveria retribuir. Talvez tentar fazer algo pelas pessoas sem medo que me desiludam, como fizeram agora comigo. Porque afinal, it's not all about me. E se há quem consiga carregar o Mundo às costas e mesmo assim ter a coragem de não pensar só em si, eu devia aprender a fazer o mesmo.