29 September, 2010

Your replay (not mine)

Oh baby you're a million years old.
You're rotten and filled with dirt.

I see your shadow from the corner of my eye. Running away in the rearview mirror. A dead angle.
So ancient, so washed away. So tired. Such a coward.

I won't look you in the eye, you're like a bull and I don't want to set your rage free. If I don't see you maybe you won't see that I saw you, and it's self-centered crap all over again. No remorse. No guilt. You don't know them. No you don't know them. Just like you don't know me. Meaningless. Pointless. Perishable.

I can't burst your buble, you're resistant to my needle. Obsession is your resistance. I'm not NOT me.

It's not me.
It's not me.
It's not me.
It should've been the last time, the last time I said it's not me.

26 September, 2010

Pára de olhar para mim.

Pára de olhar para mim.
Larga esse sorriso maléfico, pára de estreitar os olhos e de lamber o lábio superior. Tira as mãos dos bolsos. Pára de olhar para mim, já disse.
Não me podes ter mais, não enquanto me quiseres ter para me voltar a perder, por nada mais que pura crueldade assumida. Não. Não, não não não. Gostava que um não bastasse, mas ainda estou presa na fase de dar beliscões nos braços e chapadas na testa para acordar. O não não sai naturalmente, sai porque o forço a sair, mas sai, o que é uma melhoria significativa das vezes em que nem sequer saía. Dos tempos do A escarlate, da fraqueza, do "mas porque é que me basta o que não me preenche?".
Não te quero, consigo nãp te querer. Mas queria querer-te, noutra dimensão, noutro plano, talvez noutra vida, em que não fosses vazio e eu não fosse fraca. Um dia não vou imaginar mais como seria poder querer-te. Foste o último, é isso. Até haver outro serás sempre o último, e o último fica sempre tempo demais.

Pára de olhar para mim. É irrelevante.
Estás quase sempre longe demais e quando estás perto estás ainda mais longe.

22 September, 2010

Gravity!

O Mundo pesa um bocado, mas não sou eu que o carrego. Hoje não. Acho que todos carregamos o Mundo de vez em quando, até que ele salte para as costas de outra pessoa, num tipo de estafeta interminável.

Acho que foi quando me disseram que tinha enlouquecido de vez que me apercebi finalmente que não fui a única a sentir o peso do mundo e da gravidade. Tenho sido egoísta. Tenho-me feito mártir e tenho fechado os olhos ao martírio alheio. Por incrível que pareça, assim que me declararam maluca descobri a minha sanidade. Talvez por me ter conseguido finalmente abstrair de mim própria e olhar à minha volta com olhos de ver. Não sou normal, porque ser normal implica agir sempre segundo a norma. Ser normal implica nunca ter uma reacção impulsiva, nunca se ser desajustado, nunca ter medos irracionais, e nunca chorar por nada no silêncio do quarto. Entre muitas outras coisas. Desculpem, mas a norma é não se ser normal. E eu não sou. Mas também não conheço ninguém que seja. Conheço pessoas que se esforçam ao máximo. Que pensam duas vezes antes de falar. Que não contam a vida inteira a qualquer estranho que mostre alguma simpatia. Que são contidas. Controladas. Que não se prestam a ser chamadas de loucas e tentam não deixar nada de "anormal" sair cá para fora. Mas lá dentro, o "anormal" existe. Tanto neles como em mim. Eu sou apenas um pouco imatura, um pouco ingénua, um pouco mal resolvida e com tendência a explosões sentimentais, porque nunca me habituei a tentar conter o que sinto. Nunca me disseram que seria preciso. Eu pareço mais louca do que a maioria deles. Mas lendo nas entrelinhas, olhando pela lente de aumento para as vidas dos que amo, sou igual. Se eles são sãos, eu também o sou. E se são loucos, eu só não tenho jeito para disfarçar.

Independentemente de tudo isto, gostei de ver um pouco da bondade humana que julgava extinta. Bondade essa que deveria retribuir. Talvez tentar fazer algo pelas pessoas sem medo que me desiludam, como fizeram agora comigo. Porque afinal, it's not all about me. E se há quem consiga carregar o Mundo às costas e mesmo assim ter a coragem de não pensar só em si, eu devia aprender a fazer o mesmo.


14 August, 2010

X Factor, vai à merda!

Argh. Não é que a ideia (que cada vez ganha mais solidez e quase deixa de ser um conceito abstracto) de a minha vida ser um hino à ironia e ao humor negro não tenha a sua piada. Numa de piada sádica, de se perguntar "Qual é o pior que pode acontecer?" e isso acontecer (quase) sempre, mas tem a sua piada. Se isto fosse outra vida qualquer que não a minha e eu estivesse a vê-la de fora teria certamente a sua graça. Tipo o azarado dos filmes a que eu não acho piada porque me identifico demasiado. Só as pessoas com sorte é que acham piada aos azarados dos filmes.
Mas continuando, que já estou outra vez a dissertar. Transformem a minha vida numa novela mexicana o que quiserem, mas ao menos não sigam a fórmula das novelas: sejam originais. Porque sempre a mesma coisa não tem piada nenhuma. Nem para apreciadores de humor negro. Ou só talvez para aqueles americanos morbidamente obesos, burros e preguiçosos que ficam no sofá a ver programas de home video e riem histericamente em cada uma das 30 vezes em que um puto com um taco de baseball manda uma bolada nos tomates do pai. E esse não é, definitivamente, o meu público alvo.

Estamos na idade em que a maioria das pessoas já se apaixonou. Se calhar não tivemos ainda o amor das nossas vidas, se é que isso existe, mas já tivemos alguém que nos fez sentir coisas que não sabíamos que existiam. As pessoas marcam, é um facto. Nem todas (eu que o diga), mas de vez em quando aparece uma que consegue imprimir-se em nós e talvez seja irrealista esperar encontrar alguém com o coração absolutamente livre de cicatrizes. Tudo bem. Perfeitamente normal. Mas a cena de só me calharem na rifa homens com assuntos mal resolvidos (de todas as maneiras) com ex-namoradas já aborrece. Toda a gente já gostou de alguém, mas isto é demais. Não me queiram fazer acreditar que todos os homens voltam para a ex. Se assim fosse andávamos todas com o primeiro namoradinho da vida. Há (tem de haver) relações que simplesmente acabam. Não temporariamente e às prestações, mas de vez.

Com os "meus" (meus com umas GRANDES aspas, obviamente) não. Voltam todos para o raio da ex namorada, e lá fico eu com o rótulo de rebound girl, de in between, de nothing, a sentir-me triste e burra porque a verdade é que já tinha obrigação de saber melhor. Pois estou absolutamente farta. Farta de conhecer uma pessoa interessante (das poucas vezes em que isso acontece) e ao fim de meia hora a conversa ir parar a "a minha ex não gostava de favas" ou equivalente. Red flag, meia dúzia de perguntar como quem não quer a coisa e lá vem o inevitável "é complicado".
Contrariando a psicologia pop, não sou eu que ando atrás destes tipos. Vá, talvez um pouco, o meu medo de compromissos pode levar-me a subconscientemente me apaixonar por pessoas que não querem um compromisso (não comigo, neste caso). Mas não absolutamente. Não, eles perseguem-me, são obstinados, decididos, falam com os olhos a brilhar e tentam deitar por terra as minhas dúvidas (super pertinentes). E quando eu caio, voltam para a ex namorada.

Well, not this time. Olha, rapaz, não quero saber do quanto me chateeies (e tenho um feeling que vais ser dolorosamente chato), nem de quantos origamis ou lá que raio é aquilo me ofereças, não estou praí virada. Tenho de admitir que sóbria não te acho nem metade da piada (nem metade da metade da metade) que achei quando te conheci, o que torna isto muito mais fácil. Para ser magoada, ao menos que seja por um que me tire o ar, como o mordedor de braços e o seu amigo mordedor de pernas. Senão ainda é mais estúpido.
Mesmo se me fizesses sentir no topo do Mundo (ah, aquela sensação assassina e indutora de erros caros!) não me apanhavas na mesma. Eu posso não conseguir controlar quem atraio, mas esse cenário já não me atrai. Foram tantas vezes (aliás, nem foram propriamente muitas, mas foram devastadoras, e foram certamente vezes demais para o tipo de cenário improvável, azarado e frustrante) que já enjoa. À terceira não caio. E não é por não ser parva, mas como diria o meu querido Pavlov, até um cão aprende com a experiência.

10 August, 2010

Puzzles

If all the best people are crazy, maybe they are also a bit hurt and frustrated.
Being crazy as I see it comes from beng naive. Being naive makes you bound to get hurt. Getting hurt makes you feel more and more frustrated.

Being naive seems to be one of the biggest curses one can bare. Yet I'm afraid that I might not be so naive anymore. Anyway. The damage is done. I'm hurt and frustrated (no point denying it anymore). Maybe I'm broken into so many little pieces that only someone with an above average patiente would be willing to take the time to try and glue me back together.

I have to find a man who likes puzzles.

05 August, 2010

This too shall pass (maybe not)

É um daqueles dias com livros velhos a cheirar a mofo, caixas de pizza e milhares de cigarros em que se dorme, se acorda, se come e se lê, e se volta a dormir. Não se contam calorias nem nicotina, não interessa. É pena que não chova, a chuva e o cheiro a terra molhada é que tornam estes dias perfeitos. Tenho saudades do Inverno. É mais aceitável estar-se triste no Inverno. De facto, é mais feliz estar-se triste no Inverno.

Gostava de viver permanentemente no Inverno, não no metafórico, porque esse já não vai a lado nenhum, mas gostava que o Inverno físico e o metafórico pudessem coincidir sempre. Não sou de introspecções, não sei porquê, nunca fui e quando tento fazer algo que se assemelhe acabo por me perder a meio do caminho, não sei se não me sei analisar por falta de prática ou se tenho medo de mergulhar no meu subconsciente e ser confrontada com o quão doente estou... e não poder voltar para trás. Já chove há tanto tempo, cada vez mais e mais. Enxurradas, derrocadas, desabamentos de terras e casas, e o Mundo ao sol, a assistir. E eu a ser arrastada pela corrente. sem parar, puxada com tanta força e de tal maneira que nem consigo simplesmente deixar-me afogar, porque o lodo é espesso e a corrente é forte, e vai-me arrastando, e eu não tenho forças nem para sair dela nem para me perder nela.

É isso, chove há tempo demais. Não me lembro do que é o Sol, e sei que ele não vai voltar a brilhar. Já passou tempo demais, e não há bombeiros, nem aldeões solidários, nem heróis anónimos que me tirem deste rio de lama. Limitam-se a olhar, uns agradecendo aos céus por terem bom tempo, outros acusando-me não sair porque não quero, que a corrente nem parece assim tão forte. Talvez tenham razão. Mas continua a chover abundantemente e a água não me deixa ver nada. Precisava que alguém me estendesse uma mão, mas ninguém está para se dar ao trabalho. Estou a afogar-me lentamente há quase 3 anos, implorando a um qualquer Deus para me dar um sinal, e ninguém me estende uma mão. 3 anos é demasiado tempo para esperar por algo que nunca vem, e torna-se inevitável acordar e ver que o mais provável é que nunca venha. Algumas pessoas não estã destinadas a ser salvas. Algumas pessoas existem apenas para ensinar uma lição aos restantes. Talvez a não se queixarem tanto. Mas não faz mal, eu já não espero ajuda de ninguém, apesar de ser quase impossível salvar-me sozinha. Mesmo assim, se sair, é pelo meu próprio pé. E se me afogar de vez, a loucura já se instalou de tal forma que nem me vou aperceber que morri. Nem eu, nem eles. No great loss.

Vou voltar aos livros e aos cigarros, porque estou farta de estar triste, estou farta de sentir pena de mim própria, como uma idiota, e não estou ainda pronta para admitir que já não acredito em nada, apesar de ser exactamente isso que se passa. E não quero ser queixinhas, estou farta de ser queixinhas, mas estou a perder a fé em mim e na humanidade outra vez, e só me apetece abrir a janela e berrar a Deus "JÁ CHEGA!!!!!!!!!!!!!!!!". Mas não posso, por causa dos vizinhos.

26 May, 2010

Never again (or so I'll try)

No espírito da renovação e da mudança que se impõe, deixa-me deixar bem claro que foi a última vez que me traí contigo.

Parece tudo tão despropositado quando faço a inevitável e penosa walk of shame, roxa no corpo e na alma, com o A escarlate ardendo na testa, inevitavelmente visível para o Mundo e indisfarçável para mim. Parece estúpido (e é), parece incompreensível.
Quando noutra dimensão parecia simplesmente banal. Talvez o problema seja mesmo esse. A banalidade. A insignificância. Tornas-me fraca e insignificante. Matas mais um pouco o meu eu moribundo. Não vou deixar que o mates por completo. Não que (ainda) tenhas esse poder. Mas se há pessoas que trazem à tona o pior de nós, tu serás certamente a minha, e só me cabe a mim deixar-me de hábitos negros.

Zombie (What's in your head?)

Preciso de paciência.
De modéstia.
De paz de espírito.
De ambição (mas não desmedida, para não matar a modéstia).
De criatividade.
De (impôr) respeito.
De superação.
De tolerância.

Preciso de coragem para ser a melhor pessoa que posso ser. Preciso, acima de tudo, de manter a inocência que me resta e de voltar a ter forças para ser a lutadora irredutível que já fui. Não quero deixar o vazio do mundo consumir-me, não quero abraçar cepticismos, raivas nem mágoas (nem quero saber que todos o façam). Ando há anos numa inquietação constante, em noites mal dormidas e dias mal vividos, sintomas de um mal não diagnosticado que nunca soube bem o que era, até agora. Perdi a característica que me tornava EU. Perdi a loucura que me fazia lutar por causas perdidas (continuo a fingir que luto, para enganar os outros e a mim própria). Não quis ser louca, não o quis ser aos olhos deles, e inconscientemente fui-me apagando até me tornar num deles. Fraca. Vazia. Com memória selectiva e princípios de barro.
De mim resta-me a ânsia que me lembra que nem tudo está perdido. Que a essência está há anos a ser espancada, estrangulada e negada, fechada a sete chaves, mas gritando bem alto.
Nada se perde, tudo se transforma. Espero voltar a encontrar-me. Ainda que ligeiramente diferente. O primeiro passo para a cura é o diagnóstico. Supostamente.
Chamem-me louca novamente (no bom sentido). Já tenho saudades. Antes louca que zombie. E zombie destrutivo, que é ainda pior.

18 May, 2010

O meu Reino por um significado (ainda que falso)

Andamos todos a correr em círculos, cheios de dor-de-burro, ofegantes e com as veias do pescoço e da testa prestes a rebentar, para júbilo de Deuses ou demónios ou seja lá do que for que se diverte em ver-nos em absoluta esquizofrenia em busca de significados que (muito provavelmente) não existem.
Preciso de um minuto para assimilar que o ponto sem retorno foi ultrapassado. Preciso sempre de um minuto quando isso acontece, mas é sempre um minuto, um minuto de silêncio como os que fazemos para honrar vítimas que não conhecemos. Porque sim. Porque é suposto. Porque é bonito. Não é um luto verdadeiro, porque um luto a sério não se faz num minuto. Um luto a sério não se faz numa vida.

Este minuto de silêncio não é um luto a sério por muitas razões que não interessam para nada, mas principalmente porque não é o último. Como todos os que o precederam, foi pensado, decidido, quase que programado (embora não o sendo, de todo). Mais virão, preferencialmente não muitos. Provavelmente sim. São pausas para assimilar que de facto perdemos mais um significado a meio caminho. Não que precisemos delas para nos apercebermos disso. São mais como uma formalidade. Para oficializar a coisa.
Tenho os olhos vermelhos e pesados e tenho uma dor irritante no peito que não sei a que atribuir, mas principalmente sinto-me cansada, porque a soma de todos os minutos de silêncio que já tive que fazer esgota-me sempre e acabo por ficar dias a fio a ter pesadelos macabros e explosões de humor que desculpo sempre com o stress, que não existe mas em que toda a gente mete as culpas. Não é que estas pequenas pausas representem grandes perdas. Claro que não. É só mais um significado que não foi. Só mais uma consciencialização de um nada de que tentámos fazer sentido. Dizem que estas pausas são terapêuticas, mas a verdade é que são inúteis quando o trauma não é suficientemente grande para justificar terapia. Não me custa particularmente tomar decisões necessárias (por falta de alternativas) mas não gosto de chegar ao fim da linha e ver que já lá tinha chegado e não me tinha apercebido. Logo eu, que tenho a mania das premonições. Não é que me doa, mas faz-me sentir estúpida.
Talvez faça só 30 segundos de silêncio desta vez. Não me vou dar ao luxo de perder mais tempo.

Love

"Love is patient; love is kind; love is not envious or boastful or arrogant or rude. It does not insist on its own way; it is not irritable or resentful; it does not rejoice in wrongdoing, but rejoices in the truth. It bears all things, believes all things, hopes all things, endures all things."

1 Corinthians, 13:4

I don't think there has ever been a better definition of Love. Love, as in the real thing, not as love as we know it now. Not as a feeling that doesn't stick, that doesn't last, that doesn't scar. Not as something less than sacred that is easily corrupted. This verse reminds me of what true love means. It's not about winning. It's not about having your way. It's about feeling something so beautiful, that makes you feel grateful you ever felt it, no matter how much pain it might bring you. That's the kind of love I hope for. Not envious, adultered, revengeful "love". I may not know what Love is. But I sure as hell know what it ISN'T. And I will not fool mysefl into thinking it is anything less than it should be.

17 May, 2010

Recaída; subs. f, recaída; ter uma recaída,
Cair de novo na doença ou num erro.

Porra.

You won't be there in the end.

"People come, and people go. But the ones that really matter will always be there in the end."

Who are the ones that really matter? Will we ever really know who will be there in the end, before the end comes? Are we all mistaken? Are the ones that never failed us going to fail in the worst possible time? Or will they really be there in the end?

And what exactly IS the end, by the way?

Tonight I'm thinking about forgiveness. Do I forgive too easily? Or do I just put things to sleep, only to having them waking up sometime in the unforseeable future? I belive that I forgave. All of it. All of them. But have I really?

I realize I haven't been forgiven. But I can't feel sorry anymore. It makes me so mad that you haven't forgiven me. You shouldn't hold on to this kind of anger. It's not healthy for you. I forgave them, why can't you forgive me? Maybe you're just not as good-hearted as you like to make us (and yourself) believe. You'll have to forgive a lot of people through your lifetime. Maybe you should start with me. But you don't. You can't forgive me and you can't even be truthful about it.

Screw it. Screw you. Too bad if you're too oversensitive and can't seem to be able to grow a pair. You're gonna be really pissed someday. People screw up. So do you. Wake up and smell the coffee. You're not better than me. At least I can forgive. Oh, well... Maybe not you.

05 May, 2010

Limites e a falta deles

Se elas estivessem aqui, ou se eu tivesse a coragem de largar a negação e lhes ligar a contar o que me vai na alma, tenho a certeza que desvalorizariam o assunto e ainda me dariam um sermão por me preocupar com isso. Talvez eu devesse ser mais como elas e aprender de uma vez a relativizar as situações e não tornar tudo num drama mexicano. Já não tenho falsas ilusões nem falsas expectativas, e em relação a isso está tudo bem. Mas continuo a achar que há linhas que não se atravessam, e se as minhas são mais do que a maioria das pessoas, há de facto um problema, mas não posso simplesmente estalar os dedos e deixar de me sentir mal com isso.
Toda a gente tem os seus valores, e não me apetece muito deixar os meus de parte (nem sei se conseguia), apesar de isso tornar tudo mais fácil. Talvez os meus valores sejam demasiado arcaicos e demasiado rígidos. Não posso virar-me para alguém e dizer "tu não tens valores", porque muito provavelmente toda a gente os tem. São é muito mais flexíveis. O limite para o que se pode e não se pode fazer é muito grande. A corda estica, mas nunca se parte. A minha leva a vida a partir-se, talvez porque eu tenha valores demasiado inatingíveis para a era em que vivemos, ou talvez porque seja simplesmente incapaz de nunca os renegar. Aborrece-me torturar-me com coisas em que outros não pensariam sequer duas vezes.

Se elas estivessem aqui diriam que não devo nada a ninguém.
É a verdade absoluta.
Excepto que devo. A mim própria.

04 May, 2010

The aftermath

Tenho de admitir que me assustei durante breves segundos. Mas já voltou tudo ao normal, e ainda bem. Há mais pessoas com sindrome de Peter Pan do que eu pensava, mas tenho de reconhecer que estou velha demais para este tipo de coisa.
Agir sem pensar tem sempre consequências, e a demora em manifestarem-se faz prever que provavelmente serão lixadas. Mas qual é o pior que pode acontecer (que não tenha já acontecido)?

Vacas e penhascos

Não há duas sem três. Dizem eles. E dizem bem. Estou a tentar lembar-me de alguma vez em que tenham havido, de facto, duas sem três. Sem sucesso.
Às vezes mandamos propositadamente a vaca do penhasco. Consciente ou inconscientemente. Mas mandamos.
Hoje nºao foi, de todo, propositado. É a regra do não há duas sem três. Eu não tenho culpa nenhuma,
(e já agora, quanta ingenuidade ou burrice é precisa para acreditar que eu ficaria assim para sempre?)

02 May, 2010

Happy Anniversary

Parabéns pelos teus 13 anos. Where's the cake?
Bem dizia o L que não tinha paciência para me aturar. Sim, eu sou diferente. Diferente do quê? Boa pergunta. Eu não sou diferente porque quero ser diferente, porque sim, porque é fixe. Odeio posers pelo simples facto de que não vejo sentido em alguém fazer-se passar por algo que não é. Uh, vou ser bué alternativo e bué fixe porque sim. Ou vou ser aquela pessoa que (finge que) se importa com toda a gente, a fixe. Porque quero à força toda que todos gostem de mim. E que me achem o/a santo Graal.
São circusntâncias da vida, dizem eles. Não, eu não sou assim. Sou diferente, às vezes até queria ser igual (a quê?), mas não sou, e cada vez gosto mais disso. Cada vez tenho menos paciência e menos tolerância para posers. Estúpidos, isso sim. Quem não gostar... paciência. Será assim tão importante ser amado por algo que não se é?
Hoje apercebi-me de algo. Quando se ama alguém isso fica connosco. Para sempre. Nunca desejaríamos mal a essa pessoa. Nunca. Jamais. Nunca magoaríamos essa pessoa. Não, não me sinto bem, embora talvez me devesse sentir. Não mereço estar num pedestal, e muito menos mereço toda esta (tua) tortura. Mas entre o 8 e o 80, apercebo-me das falsidades e das maldades. Tenho defeitos, como toda a gente. Não perdoo que me magoem de propósito. Não perdoo lobos em pele de cordeiro. Enganem quem quiserem. Façam o vosso melhor sorriso, e que todos acreditem em vocês. Hoje, mais do que nunca, não tenho paciência. Porque me recordaram do que significa gostar de alguèm. Porque me esqueço vezes demais da importância que tive. Não para os que disseram que sim, mas para os que sentiram que sim. Porque sempre me orgulhei de ser a imperfeição que sou, e sempre apreciei (às vezes mal) o valor que me dão.
E hoje... Hoje vejo que tenho razão em não admitir ser a desculpa para a maldade inerente aos que não sabem amar.
Conheço pessoas boas. Pessoas milhentas vezes melhores que eu. E conheço pessoas que querem passar por boas. Posers. Desculpem lá... Mas vão morrer longe. Para não cheirar mal.

08 April, 2010

I'll pray for you.

I haven't slept for days and maybe I'm too tired to think straight and that's why I'm thinking of you. Memories started to pour like flood and it occured to me that you're even more screwed up now than you were back then... And boy, were you screwed up back then...!
I know (or at least I hope) that you're too lucky to die, but the thought crossed my mind and it scared me. Why? Why did I fear losing you? I don't love you anymore and you never loved me at all. But you never loved yourself either, and that is not only scary, but also sad.

It freaks me out to finally see why you're the closest thing I had to a soulmate. It's because you're self-destructive and self-absorved, just like me. Except that you're way more self-destructive than I am. You make all my anger seem like a stupid and fake cry for attention, compared to yours. I've never seen anyone like you before, and it scares me. I'm so healthy compared to you, and while I'm glad I finally got rid of you, my stupid protective side can't help but fear you won't make it.

So tonight, I'll pray for you. For good (and bad) old times sake.

03 April, 2010

In another timeline, can I get Josh?


Estou em pleno momento de loucura adolescente, como sempre acontece logo a seguir a ver um episódio de Lost, portanto vou-me abster de comentários lascivos e limitar-me a meter aqui o Josh, porque sim... Raio do homem dá-me calafrios.
Porque é que este homem, que tem uma barriguinha de cerveja, é casado com uma mulher que não encaixa minimamente nos padrões de beleza de Hollywood, é ligeiramente desastrado e não tem jeito nenhum para desenhar (somos dois) consegue ser tão perfeito??? Argh.
(Não, não tenho uma paixão platónica absurda... Vá, talvez só um bocadinho). Preciso é de algo que me recorde que eles andam aí... E que não podemos contentarmo-nos com menos que um Josh... Ou paixão platónica equivalente.

01 April, 2010

Mas como é possível uma pessoa esquecer-se de quem é?

Chega desta merda.

31 March, 2010

For a Friend

Pode dizer-se que é por estas e por outras que és a minha melhor amiga (ups, logo eu que digo que não faço distinções... que se lixe). Porque podemos estar as duas trancadas em casa em penitência forçada a cortar simbolicamente os pulsos, mas ainda assim quando nos juntamos puxamos o lado mais saudável e mais optimista de cada uma.
Porque temos a mania de analisar tudo até à exaustão, de ver sinais que talvez nem sequer existam, de inventar teorias tão perfeitas que só poderiam falhar... Temos jeito para analisar as pessoas (teremos?), mas não temos jeito nenhum para nos analisarmos a nós próprias. Talvez porque tentamos fazer tudo como é suposto, não para ficar bem na fotografia, mas para ficarmos bem connosco próprias, e acabamos (quase) inevitavelmente por estragar tudo e torturarmo-nos por isso até ao fim dos tempos.
Não se pode pedir a alguém que sente demais para agir consoante as normas. Já deviam saber disso, e mal o deles (todos) se não o sabem. Não os podemos obrigar a saber como é ter um turbilhão de emoções cá dentro, mas podemos tentar fazê-los ver que é impossível contê-lo para além de certo ponto. Se tudo o resto falhar (e falhará de certeza), temo-nos uma à outra. E isso pode não ser o ideal, mas será o suficiente.
"I wish you a story with a happy ending... And the wisdom to look for it"

in My Sassy Girl, 2008

30 March, 2010

Mudança

Neste momento eu deveria estar naquele café, rodeada de velhos rebarbados dizendo obscenidades que eu não ouviria porque os licores beirão teriam já tornado as suas vozes num murmúrio incompreensível. Em vez disso estou aqui. Não é que a vontade não seja a mesma de outros tempos, não é que o aperto não seja assustadoramente semelhante.

Mas algo em mim mudou. Algo me impede de me afogar novamente. Talvez seja cansaço, falta de paciência e de força (é preciso ter força para perder as forças), falta de vontade para repetir o filme que teima em querer repetir-se, mas não pode sem o meu consentimento.

E não o tem. Há quem precise de mim, e não posso ser egoísta a ponto de me deixar morrer outra vez, porque ela precisa de mim e nunca morreria sem tentar salvar-me primeiro.

C

É como chegar ao fim do filme e não ter percebido nada.

Perguntamos aos outros o que acharam, e todos perceberam as mensagens subliminares e as (pseudo?)filosofias abstractas. E nós não. Entramos na conversa, jogamos para o ar meia dúzia de ideias pseudo-intelectualmente seguras, e pode ser que ninguém desenvolva o assunto e veja que realmente, não percebemos mesmo nada do que acabámos de ver.

Sim, não é de facto agradável sentirmo-nos burros no nosso círculo de intelectuais emproados. Também não é agradável admitir que só lhes chamamos emproados porque temos inveja. Queremos tanto fazer parte de algo. Mas não de um algo qualquer, só porque sim. Só pelo sentimento de pertença. Não. Queremos fazer parte de algo que amamos, algo em que sempre quisemos ser inegavelmente bons. Que fazer quando chegamos à conclusão de que talvez não sejamos? Admitir e sair pela porta dos fundos com umas orelhas de burro e a cabeça baixa, ou bater o pé e ver o filme 20 vezes, sem ninguém saber, até os estores se abrirem e virmos o que para os outros é óbvio?

Lembro-me de Mulholland Drive, talvez porque encaixa neste maldito turbilhão de coisas que não fazem sentido nenhum. Toda a gente percebeu o filme. Eu não. Nem à 1ª, nem à 2ª, nem sequer à 5ª vez. Disseram que o David Linch faz os filmes mesmo para ninguém perceber, mas os outros perceberam tudo. Ou se calhar fazem o mesmo que eu, fingem para ninguém saber que não fazem o mínimo sentido de nada daquilo. Talvez ninguém perceba nada de nada. Se calhar apelam à subjectividade de (quase tudo) para darem uma interpretação qualquer, só para haver alguma.
Mas talvez tenham percebido mesmo à 1ª, ou tenham visto o filme 20 vezes em casa antes de chegar lá. Cada um tem o seu ritmo, e não posso querer à força toda ser uma espécie de génio em abolutamente tudo. Muito menos em coisas abstractas.
Não é justo nem saudável compararmo-nos constantemente aos outros, muito menos quando fazemos questão de nos orgulharmos de ser diferentes. Mas podemos aprender alguma coisa com os outros. Podemos talvez deixar-nos de lamentos infrutíferos, deitarmo-nos com um balde de pipocas e recusarmo-nos a desistir enquanto não tivermos finalmente chegado lá.

Nem que seja à milésima vez.

Elementar, meu caro Watson

Não há crimes perfeitos, pelo simples facto de que nada é perfeito. Há crimes cuidadosamente pensados, pacientemente programados, minuciosamente efectuados. Há crimes que são uma dor de cabeça para qualquer detective, mas não há, repito, crimes perfeitos.

Há uns bons anos pensei seriamente em ser detective de homicídios. Não levei aquilo mais longe porque conhecendo-me como me conheço, não iria conseguir abstrair da parte gore da coisa. Além de que também não me apetece ficar insensível, o que acaba por ser quase inevitável e necessário à sobrevivência (ou ao menos à sanidade) nestes casos. Mas o bichinho continua cá dentro. Gosto de quebra-cabeças e, não é novidade nenhuma, gosto de casos complicados. E gosto de sentir a alegria das pessoas quando resolvemos problemas por elas.

Se ontem me pedissem para resolver aquele crime, eu estaria completamente clueless. Prestes a desistir, sentada a uma secretária com as costas doridas e os olhos pesados, sentindo-me frustrada e ligeiramente estúpida. Parte de ver o que os outros não veêm passa por um sentimento de auto-validação. É um desafio para nós próprios. Mas este crime transcendia tudo isso. Sim, havia algumas pontas soltas. Mas não levavam a lado nenhum. Sim, havia testemunhas. Mas não se se podiam ter preocupado menos com o sucedido, e passado tanto tempo, a memória estava já demasiado turva. Todas as informações eram contraditórias, e tinham a importância de um grão de areia. O principal suspeito era demasiado inteligente para dar um passo em falso, apsar de a linguagem corporal parecer por vezes incriminatória. O caso estava irremediavelmente perdido.

Pensava eu.

Hoje, precisamente no segundo em que admiti a derrota e me preparei para ir buscar uma caixa e arquivar o caso, tocam à porta. Correio. Um pacote. Vindo do nada, sem remetente, o pacote contém um único item. A prova derradeira e indubitável de como foi cometido o crime, porquê e por quem. O suspeito principal é de facto o autor do crime. E certamente não estava à espera de ser apanhado de forma tão flagrante e tão imprevista, como a que o pacote continha. Confiou demais na sua inteligência, o que parece ser o erro de muitos como ele. O meu coração dispara. Agora sei a verdade. Posso finalmente fechar os olhos e relaxar.

...Então porque é que não consigo?

Saber a verdade não me acalma como deveria. Tenho todas as provas e não sei que fazer com elas.

A propósito de nada.

Encontrei isto no baú. Não sei como, quando ou porque escrevi isto. Sei que gostei, e eu raramente gosto do que escrevo. Temas e presentes à parte, preciso de algo que me convença que vale a pena voltar a escrever.


Sarah voltou a acordar a meio da noite, com mais um pesadelo horrendo demais para descrever. Voltou a olhar para o tecto, para as constelações de estrelas de néon, e a interrogar-se porque nem os seus sonhos eram capazes de ser optimistas como só os sonhos podiam ser.
Às vezes pensava no que Richard tinha balbuciado segundos antes de morrer. Só perdemos verdadeiramente alguém se essa pessoa morrer. Se a pessoa estiver viva e pura e simplesmente escolher ignorar a nossa existência (e, pior, a nossa dor e as nossas lágrimas) valerá realmente a pena a penitência que lhe oferecemos?
Richard era uma daquelas pessoas cujo único propósito parece ser o de nos ensinar algo com a sua partida. Ele ensinara-lhe que nada está de facto perdido, até o estar pelas leis da física. Como podia ela continuar estupidamente a chorar por alguém que, para dizer a verdade nua e crua, nunca lhe tinha dado a mínima importância? Palavra dura e demasiado definitiva, esta. Nunca. Como podia ela sentir a alma embrulhar-se por alguém que a considerava aquela coisa dolorosa a que se chama “apenas mais uma”? Ela sabia a regra antropológica que todos sentimos, mesmo os outros que eram para ela iguais a nada. Todos queremos sentir-nos especiais. E mulher nenhuma quer ser apenas mais uma. Mas não nos podemos esquecer que todas essas, todas as “apenas mais uma(s)”, todas as “nada de especial” que nos precederam.. Queriam no fundo o mesmo que nós. E mereciam no fundo, exactamente o mesmo que nós merecíamos e não conseguimos. Queriam ser “aquela” e não “uma”. Resumamo-nos à insignificância que (não) temos. Tenhamos a coragem de ser apenas mais uma. Por muito que não sejamos.
O pior cego é aquele que não quer ver. Ou pelo menos é o que dizem.
Sarah sabe que não perde ninguém. Os cabrões ainda estão todos vivos. E se morreram… Apenas para ela.