26 May, 2010

Never again (or so I'll try)

No espírito da renovação e da mudança que se impõe, deixa-me deixar bem claro que foi a última vez que me traí contigo.

Parece tudo tão despropositado quando faço a inevitável e penosa walk of shame, roxa no corpo e na alma, com o A escarlate ardendo na testa, inevitavelmente visível para o Mundo e indisfarçável para mim. Parece estúpido (e é), parece incompreensível.
Quando noutra dimensão parecia simplesmente banal. Talvez o problema seja mesmo esse. A banalidade. A insignificância. Tornas-me fraca e insignificante. Matas mais um pouco o meu eu moribundo. Não vou deixar que o mates por completo. Não que (ainda) tenhas esse poder. Mas se há pessoas que trazem à tona o pior de nós, tu serás certamente a minha, e só me cabe a mim deixar-me de hábitos negros.

Zombie (What's in your head?)

Preciso de paciência.
De modéstia.
De paz de espírito.
De ambição (mas não desmedida, para não matar a modéstia).
De criatividade.
De (impôr) respeito.
De superação.
De tolerância.

Preciso de coragem para ser a melhor pessoa que posso ser. Preciso, acima de tudo, de manter a inocência que me resta e de voltar a ter forças para ser a lutadora irredutível que já fui. Não quero deixar o vazio do mundo consumir-me, não quero abraçar cepticismos, raivas nem mágoas (nem quero saber que todos o façam). Ando há anos numa inquietação constante, em noites mal dormidas e dias mal vividos, sintomas de um mal não diagnosticado que nunca soube bem o que era, até agora. Perdi a característica que me tornava EU. Perdi a loucura que me fazia lutar por causas perdidas (continuo a fingir que luto, para enganar os outros e a mim própria). Não quis ser louca, não o quis ser aos olhos deles, e inconscientemente fui-me apagando até me tornar num deles. Fraca. Vazia. Com memória selectiva e princípios de barro.
De mim resta-me a ânsia que me lembra que nem tudo está perdido. Que a essência está há anos a ser espancada, estrangulada e negada, fechada a sete chaves, mas gritando bem alto.
Nada se perde, tudo se transforma. Espero voltar a encontrar-me. Ainda que ligeiramente diferente. O primeiro passo para a cura é o diagnóstico. Supostamente.
Chamem-me louca novamente (no bom sentido). Já tenho saudades. Antes louca que zombie. E zombie destrutivo, que é ainda pior.

18 May, 2010

O meu Reino por um significado (ainda que falso)

Andamos todos a correr em círculos, cheios de dor-de-burro, ofegantes e com as veias do pescoço e da testa prestes a rebentar, para júbilo de Deuses ou demónios ou seja lá do que for que se diverte em ver-nos em absoluta esquizofrenia em busca de significados que (muito provavelmente) não existem.
Preciso de um minuto para assimilar que o ponto sem retorno foi ultrapassado. Preciso sempre de um minuto quando isso acontece, mas é sempre um minuto, um minuto de silêncio como os que fazemos para honrar vítimas que não conhecemos. Porque sim. Porque é suposto. Porque é bonito. Não é um luto verdadeiro, porque um luto a sério não se faz num minuto. Um luto a sério não se faz numa vida.

Este minuto de silêncio não é um luto a sério por muitas razões que não interessam para nada, mas principalmente porque não é o último. Como todos os que o precederam, foi pensado, decidido, quase que programado (embora não o sendo, de todo). Mais virão, preferencialmente não muitos. Provavelmente sim. São pausas para assimilar que de facto perdemos mais um significado a meio caminho. Não que precisemos delas para nos apercebermos disso. São mais como uma formalidade. Para oficializar a coisa.
Tenho os olhos vermelhos e pesados e tenho uma dor irritante no peito que não sei a que atribuir, mas principalmente sinto-me cansada, porque a soma de todos os minutos de silêncio que já tive que fazer esgota-me sempre e acabo por ficar dias a fio a ter pesadelos macabros e explosões de humor que desculpo sempre com o stress, que não existe mas em que toda a gente mete as culpas. Não é que estas pequenas pausas representem grandes perdas. Claro que não. É só mais um significado que não foi. Só mais uma consciencialização de um nada de que tentámos fazer sentido. Dizem que estas pausas são terapêuticas, mas a verdade é que são inúteis quando o trauma não é suficientemente grande para justificar terapia. Não me custa particularmente tomar decisões necessárias (por falta de alternativas) mas não gosto de chegar ao fim da linha e ver que já lá tinha chegado e não me tinha apercebido. Logo eu, que tenho a mania das premonições. Não é que me doa, mas faz-me sentir estúpida.
Talvez faça só 30 segundos de silêncio desta vez. Não me vou dar ao luxo de perder mais tempo.

Love

"Love is patient; love is kind; love is not envious or boastful or arrogant or rude. It does not insist on its own way; it is not irritable or resentful; it does not rejoice in wrongdoing, but rejoices in the truth. It bears all things, believes all things, hopes all things, endures all things."

1 Corinthians, 13:4

I don't think there has ever been a better definition of Love. Love, as in the real thing, not as love as we know it now. Not as a feeling that doesn't stick, that doesn't last, that doesn't scar. Not as something less than sacred that is easily corrupted. This verse reminds me of what true love means. It's not about winning. It's not about having your way. It's about feeling something so beautiful, that makes you feel grateful you ever felt it, no matter how much pain it might bring you. That's the kind of love I hope for. Not envious, adultered, revengeful "love". I may not know what Love is. But I sure as hell know what it ISN'T. And I will not fool mysefl into thinking it is anything less than it should be.

17 May, 2010

Recaída; subs. f, recaída; ter uma recaída,
Cair de novo na doença ou num erro.

Porra.

You won't be there in the end.

"People come, and people go. But the ones that really matter will always be there in the end."

Who are the ones that really matter? Will we ever really know who will be there in the end, before the end comes? Are we all mistaken? Are the ones that never failed us going to fail in the worst possible time? Or will they really be there in the end?

And what exactly IS the end, by the way?

Tonight I'm thinking about forgiveness. Do I forgive too easily? Or do I just put things to sleep, only to having them waking up sometime in the unforseeable future? I belive that I forgave. All of it. All of them. But have I really?

I realize I haven't been forgiven. But I can't feel sorry anymore. It makes me so mad that you haven't forgiven me. You shouldn't hold on to this kind of anger. It's not healthy for you. I forgave them, why can't you forgive me? Maybe you're just not as good-hearted as you like to make us (and yourself) believe. You'll have to forgive a lot of people through your lifetime. Maybe you should start with me. But you don't. You can't forgive me and you can't even be truthful about it.

Screw it. Screw you. Too bad if you're too oversensitive and can't seem to be able to grow a pair. You're gonna be really pissed someday. People screw up. So do you. Wake up and smell the coffee. You're not better than me. At least I can forgive. Oh, well... Maybe not you.

05 May, 2010

Limites e a falta deles

Se elas estivessem aqui, ou se eu tivesse a coragem de largar a negação e lhes ligar a contar o que me vai na alma, tenho a certeza que desvalorizariam o assunto e ainda me dariam um sermão por me preocupar com isso. Talvez eu devesse ser mais como elas e aprender de uma vez a relativizar as situações e não tornar tudo num drama mexicano. Já não tenho falsas ilusões nem falsas expectativas, e em relação a isso está tudo bem. Mas continuo a achar que há linhas que não se atravessam, e se as minhas são mais do que a maioria das pessoas, há de facto um problema, mas não posso simplesmente estalar os dedos e deixar de me sentir mal com isso.
Toda a gente tem os seus valores, e não me apetece muito deixar os meus de parte (nem sei se conseguia), apesar de isso tornar tudo mais fácil. Talvez os meus valores sejam demasiado arcaicos e demasiado rígidos. Não posso virar-me para alguém e dizer "tu não tens valores", porque muito provavelmente toda a gente os tem. São é muito mais flexíveis. O limite para o que se pode e não se pode fazer é muito grande. A corda estica, mas nunca se parte. A minha leva a vida a partir-se, talvez porque eu tenha valores demasiado inatingíveis para a era em que vivemos, ou talvez porque seja simplesmente incapaz de nunca os renegar. Aborrece-me torturar-me com coisas em que outros não pensariam sequer duas vezes.

Se elas estivessem aqui diriam que não devo nada a ninguém.
É a verdade absoluta.
Excepto que devo. A mim própria.

04 May, 2010

The aftermath

Tenho de admitir que me assustei durante breves segundos. Mas já voltou tudo ao normal, e ainda bem. Há mais pessoas com sindrome de Peter Pan do que eu pensava, mas tenho de reconhecer que estou velha demais para este tipo de coisa.
Agir sem pensar tem sempre consequências, e a demora em manifestarem-se faz prever que provavelmente serão lixadas. Mas qual é o pior que pode acontecer (que não tenha já acontecido)?

Vacas e penhascos

Não há duas sem três. Dizem eles. E dizem bem. Estou a tentar lembar-me de alguma vez em que tenham havido, de facto, duas sem três. Sem sucesso.
Às vezes mandamos propositadamente a vaca do penhasco. Consciente ou inconscientemente. Mas mandamos.
Hoje nºao foi, de todo, propositado. É a regra do não há duas sem três. Eu não tenho culpa nenhuma,
(e já agora, quanta ingenuidade ou burrice é precisa para acreditar que eu ficaria assim para sempre?)

02 May, 2010

Happy Anniversary

Parabéns pelos teus 13 anos. Where's the cake?
Bem dizia o L que não tinha paciência para me aturar. Sim, eu sou diferente. Diferente do quê? Boa pergunta. Eu não sou diferente porque quero ser diferente, porque sim, porque é fixe. Odeio posers pelo simples facto de que não vejo sentido em alguém fazer-se passar por algo que não é. Uh, vou ser bué alternativo e bué fixe porque sim. Ou vou ser aquela pessoa que (finge que) se importa com toda a gente, a fixe. Porque quero à força toda que todos gostem de mim. E que me achem o/a santo Graal.
São circusntâncias da vida, dizem eles. Não, eu não sou assim. Sou diferente, às vezes até queria ser igual (a quê?), mas não sou, e cada vez gosto mais disso. Cada vez tenho menos paciência e menos tolerância para posers. Estúpidos, isso sim. Quem não gostar... paciência. Será assim tão importante ser amado por algo que não se é?
Hoje apercebi-me de algo. Quando se ama alguém isso fica connosco. Para sempre. Nunca desejaríamos mal a essa pessoa. Nunca. Jamais. Nunca magoaríamos essa pessoa. Não, não me sinto bem, embora talvez me devesse sentir. Não mereço estar num pedestal, e muito menos mereço toda esta (tua) tortura. Mas entre o 8 e o 80, apercebo-me das falsidades e das maldades. Tenho defeitos, como toda a gente. Não perdoo que me magoem de propósito. Não perdoo lobos em pele de cordeiro. Enganem quem quiserem. Façam o vosso melhor sorriso, e que todos acreditem em vocês. Hoje, mais do que nunca, não tenho paciência. Porque me recordaram do que significa gostar de alguèm. Porque me esqueço vezes demais da importância que tive. Não para os que disseram que sim, mas para os que sentiram que sim. Porque sempre me orgulhei de ser a imperfeição que sou, e sempre apreciei (às vezes mal) o valor que me dão.
E hoje... Hoje vejo que tenho razão em não admitir ser a desculpa para a maldade inerente aos que não sabem amar.
Conheço pessoas boas. Pessoas milhentas vezes melhores que eu. E conheço pessoas que querem passar por boas. Posers. Desculpem lá... Mas vão morrer longe. Para não cheirar mal.