30 June, 2007

Tentativa (falhada)

Falamos.
Falamos sem palavras, sem gestos, sem olhares sequer.
Falamos com uma qualquer capacidade mental não documentada, com uma conexão que vai para lá da alma, para lá do subconsciente, para lá da própria vida.
Dizemos as coisas mais belas, as palavras mais doces, presos no nosso mundo que ninguém conhece, ninguém sabe o que é nem onde fica, nem nós, porque não o vemos, tampouco o sentimos, apenas o sabemos.
Dispensamos toda e qualquer forma humana de comunicar, e ainda assim dizemos mais do que poderia ser descrito pela vaga lista de palavras que conhecemos.
Amo palavras.
Odeio palavras.
Amo exprimir-me com elas.
Odeio que não cheguem para exprimir tudo.
Como poderei explicar às outras almas o que se passa no nosso campo magnético, no nosso Éden, no nosso...?! Vou parar de o tentar descrever.
Talvez se eu disser que... Não sei, continua a ser tão vago...
Nós somos um quadro de Dali.
Se nos materializarmos, claro, se nos evadirmos do nosso plano paralelo e tentarmos largar toda esta incoerência gritando ao Mundo com as suas palavras... Explicar como falamos é explicar um quadro de Dali.
Odeio tentar materializar-te(nos).

Verde, Branco e Vermelho

Ou como fazer alguém duvidar de tudo aquilo em que acredita em dois actos.

29 June, 2007

Delírio

Apetece-me comer outro ovo estrelado mas já chega, 3 são demais.
O Couraçado Potemkine era um barco? Couraçado não lembra coisa nenhuma, que coisa mais estúpida.
O Sex on The Beach do Cuíca em Albufeira dá para pôr 4 pessoas em coma alcoólico.
Nunca mais vou ao mexicano a não ser que ganhe o euromilhões.
Quem era mesmo o cabrão do Vertov?
... Mas o que foi aquilo que aconteceu ontem?
Faltam 50 minutos para o exame.
Não, aquilo não pode ter acontecido.
Pode-se beber um shot de tequilla e 3 margaritas e ainda ter noção dos disparates que se está a dizer.
MAS QUE RAIO FOI AQUILO?????

Não gosto de novos começos.
Um novo começo define o fim anterior.
E eu não gosto de fins definitivos.

Merda pó Vertov!

P.S. 333, semi-plágio, delírio. Sorry.

14 June, 2007

Eureka!
Eureka!
Eureka!
Eureka!
Eureka!
Eureka!
Descobri-me.
Não era óbvio que precisava de me perder?

Propósito. Coisa. Sentido.

10 June, 2007

Nonsense II

Eu espanco-te, esfolo-te, enforco-te, sufoco-te, esventro-te, estripo-te, faço-te chorar, faço-te desesperar, e gritar, e fumar, e beber, e bateres com a cabeça nas paredes, e andar à chuva, e atravessares estradas sem olhar, e caires no chão a rir, e vomitares as entranhas, e querer desistir, e mudar, e partir.

Tu agarras-me, e gritas-me, e calas-me, e abraças-me, e revoltas-te quando eu me revolto, e berras mais alto que eu, e amaldiçoas os céus comigo, e ouves, e fazes-me parar, e olhar, e sentir, e acreditar, e jogas-te ao ar, e esperas, e pensas, e corres, e voltas atrás, e gritas-me outra vez, e puxas-me para trás no último segundo, e morres, e renasces, e desistes, e mudas, e partes...

E eu fico.
Eu fico sempre.
E choro, e grito, e paro, e vejo...