30 June, 2007

Tentativa (falhada)

Falamos.
Falamos sem palavras, sem gestos, sem olhares sequer.
Falamos com uma qualquer capacidade mental não documentada, com uma conexão que vai para lá da alma, para lá do subconsciente, para lá da própria vida.
Dizemos as coisas mais belas, as palavras mais doces, presos no nosso mundo que ninguém conhece, ninguém sabe o que é nem onde fica, nem nós, porque não o vemos, tampouco o sentimos, apenas o sabemos.
Dispensamos toda e qualquer forma humana de comunicar, e ainda assim dizemos mais do que poderia ser descrito pela vaga lista de palavras que conhecemos.
Amo palavras.
Odeio palavras.
Amo exprimir-me com elas.
Odeio que não cheguem para exprimir tudo.
Como poderei explicar às outras almas o que se passa no nosso campo magnético, no nosso Éden, no nosso...?! Vou parar de o tentar descrever.
Talvez se eu disser que... Não sei, continua a ser tão vago...
Nós somos um quadro de Dali.
Se nos materializarmos, claro, se nos evadirmos do nosso plano paralelo e tentarmos largar toda esta incoerência gritando ao Mundo com as suas palavras... Explicar como falamos é explicar um quadro de Dali.
Odeio tentar materializar-te(nos).

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