12 July, 2007

I'm just the excuse so you can Hate each other

De repente agarram em mim, põem-me grilhetas nos pés e dois guardas com o pior aspecto do Mundo (não me parece que não batam em senhoras) levam-me por um túnel escuro até... Mas que raio é aquilo?
Não posso crer. Estou numa sala oval gigante, cheia de janelas no tecto, com mesas enormes e bancos corridos, ao estilo medieval. Há gente sentada em todo o lado, a falar e a comer. E mesmo assim ninguém parece ter dado pela minha (pensava eu que espalhafatosa) entrada. De repente toca uma corneta e uma voz ecoa "Vossa excelência, a princesa". Viro-me para ver a tal princesa, e emudeço de espanto quando vejo milhares de olhinhos a fitarem-me... Certamente que não... Sou EU a princesa? Mas que sítio é este? Sou princesa de onde, afinal? E porque é que tenho correntes nos pés?
A estúpida da "voz off" do tipo da corneta continua a falar, que está na altura de ser coroada rainha, e que é obrigatório arranjar um marido para ser rei, e que como me tinha recusado a casar vão-me arranjar um marido. Espectacular. Devo estar mesmo na era medieval, e se nunca acordar deste sonho ou que raio é isto vou ficar para sempre casada com um fulano baboso qualquer.
Eis que sobem os panos de uma espécie de palco (arena), onde vai decorrer uma luta entre dois tipos que querem casar comigo. Em qualquer outra altura teria achado a ideia extremamente romântica, mas ver dois idiotas que não me conhecem de lado nenhum a matarem-se um ao outro só porque sou princesa e devo certamente ter papel... Bem, parece tudo menos romântico.
O gajo da corneta anuncia os pretendentes... Espera aí, eu conheço estes nomes. Reconheço-os quando entram, um com a pretensão estampada no rosto, o outro com cara de quem vai desfalecer a qualquer minuto. São eles que vão lutar por mim? Só posso estar a dormir. É só em sonho que alguém se dá ao trabalho de lutar por nós, certo? Principalmente estes dois...
De repente percebo que não quero casar. Mais do que não me querer casar, não quero casar com nenhum deles. Onde está o sentido?
E enquanto eles se esfalfam em cima daquele ringue, eu dou por mim a dar um soco no estúpido do guarda, tirar as grilhetas das pernas e ir-me embora.
E eles tão loucos estavam para ficar comigo que nem repararam que me fui embora.

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