14 February, 2014

Roses are red, violets are blue, I'm a massive idiot and maybe so are you

Uma vez quando estava praí no 11º ano fiz algo que tinha jurado nunca fazer, e que jurei nunca mais fazer. Comecei a "andar" - não tenho saudades nenhumas desta definição idiota - com um rapaz enquanto gostava de outro. Farta de andar há um ano a contar quantas vezes ele olhava para mim nos intervalos e a escrever cenários hipotéticos no diário (cringe), sem a coisa ir a lado nenhum - em grande parte porque ele era um atado e eu tinha demasiado medo de ser rejeitada para lhe dizer que gostava dele, segui o conselho das minhas amigas "experientes" e lá disse que sim ao rapaz "giro e popular". Gostava de saber se o cenário de começar com alguém para esquecer outra pessoa alguma vez resulta. Comigo não resultou, sempre soube que não resultaria, e das demasiadas vezes em que eu fui o "alguém" usado para esquecer outra pessoa, quando já tinham idade para ter juízo, também não resultou.

Porque é que as pessoas insistem em repetir estes comportamentos injustos e egocêntricos? Porque é que não têm a decência de esperar que lhes passe a pancada pela outra pessoa - leve o tempo que levar - antes de andarem a meter pobres coitados inocentes ao barulho? Porque é que têm um pavor tão grande a estarem sozinhas? Caramba, se estou farta de conversas de gente farta de estar sozinha. Eu adoro estar sozinha. Gosto da minha companhia e farto-me de rir comigo. Tenho medo de gostar tanto de estar sozinha que já não sei estar de outra maneira. A ideia de ter de passar tempo com alguém de quem não gosto faz com que literalmente me custe respirar, e no entanto as pessoas preferem este cenário ao "horror" de estarem sozinhas. Não entendo.

No 11º ano ainda consegui estar duas semanas com o rapaz, sempre a sentir-me uma mentirosa da pior espécie. Ok, ele nem gostava assim tanto de mim, mas eu nem lhe dei hipótese para isso. No dia em que acabámos, completamente enojada com o que tinha feito, fui basicamente declarar-me ao outro, ou vai ou racha, não tenho paciência para mais um ano sem tu saberes que eu existo. Não foi nem rachou, o gajo levou o tempo todo a murmurar incompreensivelmente, quando me fartei e lhe perguntei preto no branco se gostava de mim respondeu-me "talvez" (gozo do caraças) e levei o resto dos dois anos do liceu num vai-não vai ridículo que acabou de forma mais ridícula ainda.

Eu sei perfeitamente onde vai dar forçar-me a estar com alguém. Talvez possa resultar, se com o tempo nos formos habituando à pessoa, até chegar o dia em que nos apercebemos que a amamos e... Oh, nem consigo acabar de escrever isto sem desatar a rir. A única coisa que pode acontecer aqui é passados 3 dias me sentir completamente sufocada e sem paciência, e a pessoa acabar a ressentir-me, e com razão.

Dizia eu que era imune à porcaria do dia dos namorados. E é suposto. Gosto mesmo de estar sozinha. Não tenho medo de morrer sozinha. Toda a gente morre sozinha, mesmo que morra de mão dada com o grande amor da sua vida. Mesmo que ele morra no mesmo instante. Mas a experiência de morrer é individual. Pessoal e intransmissível. Toda a gente morre sozinha. Tenho medo de morrer sem saber o que é amar e ser correspondida, ao mesmo tempo, pela mesma pessoa. Mas não tenho medo que levem anos até isso acontecer. Por isso é suposto eu não fazer coisas do tipo andar aos beijos e a olhar as estrelas com alguém, na madrugada do dia dos namorados, só porque descobri que esse alguém sempre teve uma "cena" por mim e subconscientemente estou farta de ninguém me achar especial. E afinal, que hipocrisia a minha. Se já houve tantos "ninguém" que o acharam. E eu é que escolho sempre mal. Ou estrago tudo. Ou... Ainda bem que as aulas começam segunda-feira, que eu estou bem é com a cabeça nos livros, sem tempo para magoar os outros e a mim própria. Raios partam o dia dos namorados.

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