01 July, 2014

Nonsense II

Hoje tive um sonho daqueles. Daqueles de que não gosto. Dos realistas. Normalmente tenho sonhos absurdos. E mesmo assim sou demasiado estúpida para acordar a meio, demasiado estúpida para perceber que não é normal ter um alien e um demónio a perseguirem-me ao mesmo tempo. Mas assim que acordo, sei que foi um sonho. Agora os realistas, acordo e levo uns bons 10 segundos a perceber que ok, era tudo um sonho.Nem me interessa que pareça pouco tempo, são 10 segundos angustiantes na terra de ninguém.

Hoje enviaram-me uma carta. Scratch that, não enviaram, deram-ma em mão.
"Esta carta explica tudo"
"Mas que diabo, quem te diz a ti que eu quero que me expliques seja o que for?"
"Mas lê. Tudo vai fazer sentido.".
"Epá, mas que presunção da tua parte, achares que eu sequer queira que faça sentido. Não quero saber de nada disso, entendes? Get off your high horse"

Portanto, lá fui eu para casa. Sentei-me no sofá mais confortável que tenho. Acendi um incenso,como faço sempre que tenho de me acalmar, apesar de saber que não adianta de nada. A minha Tilde, lembro-me sempre dela gritando "MAS QUE É ESTA MERDA DESTE CHEIRO A MORTOS?!", e depois jogava sempre um copo d'água no pauzinho a arder, e realmente, esta merda começa a cheirar-me a mortos, mas tu nem sabes a que cheiram os mortos. Eu sei, mas para ti sou uma drama queen, e apesar de não reconheceres o cheiro a morto e eu dormir com eles, eu é que sou falsamente dramática, tu nunca.

Bem. Lá leio a carta. E reza do tipo nada. Nunca li nada tão confuso em toda a minha vida. E no dia seguinte perguntas-me se fiquei finalmente esclarecida, e eu, sempre com um medo mais absurdo do que os sonhos de parecer estúpida, digo que sim, mas fiquei na mesma, a carta foi igual a tudo, incompreensível. Páro na tua casa, pela primeira vez na puta, não sou stalker, antes fosse que tu queres é atenção, mas às vezes tenho atrofios do tipo de achar que até te mataste. E a gente sabe lá. fosse um sinal, lá estava o red, ainda cá estás, mas o sonho também não era contigo, contigo eu entendia-me bem, apesar de tudo, e a mim tu entendias-me bem, again, apesar de tudo.

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